12.12.06

Two of a Kind




Esta obra , uma compilação das melhores interpretações conjuntas de dois dos maiores musicos do jazz , Miles e Coltrane , consta de gravações dum tempo em que possivelmente a maior parte de nós não era sequer nascido . "The Best of Miles Davis e John Coltrane" , inclui 9 temas gravados entre 1955 e 1961 , apesar do seu meio século de vida , continua uma obra plena de actualidade e de qualidade inquestionavél.


Destaca-se na obra , a fabulosa interpretação de Round Midnight , uma das mais belas entre as centenas existentes e mais um exemplo da perfeita co-existencia musical Miles-Coltrane .
Round Midnight , uma interpretação fabulosa do clássico de Thelonious Monk , uma interpretação histórica e para a história , do jazz ...
Miles estableceu com Coltrane um forte relacionamento afectivo , quando este optou por uma carreira a solo e abandonou a banda , traçou-lhe involuntariamente um novo rumo musical , empurrou-o para a procura de jovens musicos e consequentemente encaminhou-o para as portas do jazz rock e do funkie .





Após a separação , durante um concerto na terra natal de Coltrane , a banda assistiu estupefacta a algo inédito , Miles pegou no micro , o que já de si constituia uma novidade , falou do seu relacionamento com Coltrane , quanto o admirava , e quão importante tinha sido a sua amizade e colaboração . Afinal Miles tinha um coração ...



Para os recem chegados ao jazz , deixo uma confissão pessoal que talvez ajude a dissipar alguma nevoa de como interagimos com o jazz . Meia duzia de anos atras não sentia qualquer tipo de atração por Miles no seu periodo do jazz clássico . Comprava as obras mais recentes , adorava o som do trompete mas ignorava deliberadamente as obras anteriores . Chegado ao jazz pela porta do jazz-rock , demorou o seu tempo a enamorar-me pelo jazz clássico . Gostar de jazz é um processo longo mas que vale a pena ....




Milestones
Bye Bye Blackbird
So What
Blue in Green

As outras faixas não disponibilizadas são Two Bass Hit , Dear old Stockholm , Someday My Prince Will Come , Striaght No Chasser .




Paul Chambers




Dos músicos que fizeram parte do imortal sexteto de Miles Davis que gravou o "Kind of Blue" não falamos ainda do baterista Jimmy Cobb nem de Paul Chambers , o contra-baixista e um musico de quem se esperava muito ...
Nascido em 22 de Abril de 1955 , foi talvez o maior contrabaixista da sua época , a morte prematura aos 33 anos pos fim a uma das carreiras mais promissoras e inovadoras , Chambers revolucionou a forma como o instrumento se integrava na banda , trouxe uma nova filosofia á interpretação , são seus os primeiros solos conhecidos de contra baixo .
Ingressou com apenas 20 anos na banda de Miles Davis depois de ter acompanhado J.J. Johnson no Kay Widding Quintet e fez parte das suas bandas durante 8 anos , participando em todas as obras mais importantes desse periodo , incluindo "Kind of Blue" .
Acompanhou musicos como Sonny Rollins , John Coltrane , Cannonball Adderley , Donald Byrd , Bud Powell e Freddie Hubard .

Entre os anos de 1955 e 1960 liderou as suas proprias bandas e gravou 10 obras , os tres temas seguintes são do seu quinteto





Tale of the Fingers
The Hand of Love
Beauteous




Ascenseur Pour L'Echafaud


A obra de Miles Davis "Ascenseur pour L'Echafaud" , tem caracteristicas peculiares que a distinguem do resto do seu trabalho . Concepção , execução e a própria banda com musicos franceses , divergem dos parametros usuais de Miles e tornam-na única .
Ao chegar ao aeroporto de Orly para uma tourné de tres semanas em França , foi convidado para participar na banda do filme de Luis Maile , Ascenseur pour L'Écafaud . Miles aceitou , tres dias depois viu o filme , tomou algumas notas e partiu em digressão .
Duas semanas mais tarde , na noite de 5 de Dezembro de 1957 dirigiu-se ao Le Post Parisien onde tudo estava preparado para a gravação . Foi recebido pela actriz principal do filme Jeanne Moutreau e juntou-se á equipa de musicos e técnicos . Junto ao bar improvisado beberam uns copos , relaxaram e num ambiente descontraido começaram a assistir á projeção do filme . Miles e os quatro musicos que o acompanharam , Barney Wilen tenor-sax , René Urtreger piano , Pierre Michelot baixo , Kenny Clarke bateria , foram improvisando ao longo da projeção , trocando ideias e opiniões e quatro horas mais tarde tudo estava terminado .
A obra foi totalmente improvisada durante a projeção e adaptada ás cenas onde devia encaixar . Das diferentes edições da obra , a da Fontana é constituida por 26 temas curtos , menos de 3 minutos na generalidade , sendo a maior parte takes alternativas . Esta edição tem algo também muito especial , uma introdução á obra escrita por Boris Vian , que também era musico , saxofonista , um amante de jazz e de Miles Davis .

As faixas que escolhi para publicar foram

Nuit sur Les Champs-Élysées (take 2)
Final (take 1)
Ascenseur
Génerique
Au Bar du Petit Lac
Chez le Photografe du Motel
L´ássassinat

Por curiosidade deixo algumas das takes alternativas

Nuit Sur Les Champs Élysées (take 4)
Assassinat (take 2)
Final (take 2)
Le Petit Bal (take 2)

Miles sentiu-se muito bem na Europa , pela primeira vez uma sociedade branca não só não o lhava como um negro como o idolatrava . Habituado a ver frequentemente o seu ferrari parado pela policia por ser conduzido por um negro , nascido e criado numa sociedade de fortes contrastes sociais alicerçados no racismo , Miles sentia-se bem na Europa , facto que nunca o impediu de voltar a casa ...


3.12.06

Richard Galliano



Richard Galliano nasceu a 12 de dezembro 1950 em Le Cannet , França. Tal como seu pai começou muito jovem a tocar acordeão , mas foi com o trombone que iniciou os estudos musicais de composicão na academia de Nice . Foi nesse periodo , anos 60 , que se apaixonou pelo jazz , influenciado por de Miles Davis na fase do Cool-Jazz , foca-se neste genero musical . Como viria a descobrir , nao é facil ser-se musico de jazz na europa , sobretudo para um acordeonista , o que o levou a Paris no ano de 1973 , onde acabaria como condutor , compositor e arranjista da orquestra de Claude´s Nogaro . Mas o bichino continuava lá , durante os tres anos que conduziu a orquestra , nunca esqueceu o jazz , e sempre que pode esteve envolvido em projectos tocando com musicos como Chet Baker , Joe Zawinul , Toots thielmans , Ron Carter , Michel Petrucciani ou Jan Gabareck .
Mas algo estava para acontecer que iria mudar as suas opcoes musicais , o contacto com Astor Piazzola fez Gallianio acreditar que deveria focar-se na herança musical europeia , musica então considerada desusada ou decadente , mas certamente com beleza suficiente para ser trabalhada e acarinhada . E é o que tem vindo a fazer nos ultimos 15 anos , criando uma corrente nova , baseada no folk europeu , que muitos chamam de New Musette .

Do album « Blues Sur Seine » com Jean-Charles Capon , Fou rire e Les Forains , e do album concertos Inéditos - Duo , Little Tango

Fou Rire
Little Tango
Les Forains

Fellinni Jazz



Uma vantagem grande que tem os apreciadores de jazz sobre os de outros generos , é que por muito que ouçam , pesquisem , por muitos conhecimentos que tenham , encontrarão sempre algo novo , projectos , musicos , generos , e encontrarão sempre qualidade , pois se noutros generos a qualidade pode até nem ser um elemento essencial , o jazz sem qualidade não tem lugar nem faz sentido .
Um dos musicos que ultimante me vinha chamando a atenção pela frequencia que com ele me cruzava nas parteleiras de jazz era Enrico Pieranunzi , um completo desconhecido , apenas um nome que sabia pertencer ás esferas jazisticas . A curiosidade começou a aguçar-se depois de conhecer Enrico Rava e Paolo Fresu e ter ganho algum respeito pelo jazz italiano , mas não foi só ... Na verdade o que me chamou mais a atenção foi uma obra deste pianista homenageando um dos meus realizadores favoritos , Fellini .
Assim fui a Emule e comprei esta obra chamada « Fellini Jazz » onde cada tema tem o nome de um dos filmes de Fellini ( não todos , ou seria uma coletanea nao um album ), ouvi e fiquei maravilhado com a qualidade . Fui indagar quem eram os musicos que o acompanhavam e aí começou a fazer-se alguma luz sobre a qualidade da obra : Dave Holland , Paul Motion , Kenny Wheller , Chris Potter entre outros ...

Vou deixar aqui 4 temas para que possam julgar por vocês , se calhar é um tipo de jazz que exige uma certa predesposição , mas vale a pena , opinião pessoal , vale o que vale ...

La Cittá del Donne
Amorcord
La Dolce Vita
La Strada

Uma curiosidade que não posso deixar de referir ,(e voces vão dizer que sou paranoico e tenho uma imaginação muito fertil , que por acaso também é a opinião do meu analista )é que efectivamente esta musica me transmitiu um pouco de Fellini , não consegui deixar de ter a sensação que tem na realidade algo a ver com Fellini ...

Jazz Flamenco


Este post é dedicado a um tipo de musica que hoje reclama , de pleno direito , um lugar de destaque no panorama musical mundial , o flamengo .
Não optei por postar um flamengo da linha clássica , preferi um flamengo que olha o futuro a um que olha o passado , foi uma opção ...
Temas dum album de Pedro Iturralde e Paco de Lucia , Jazz Flamencos vol 1,2 , se jazz flamengos vos causa alguma impressão , acreditem que nao existem razões para isso , o factor improvisação no flamengo aproxima-o mais do jazz do que talvez suponham . Que o diga Miles Davis , que na sua visita a Espanha ficou tão impressionado que decidiu criar a obra Flamenco Sketches , onde incluiu o concerto de Arranjuez .
Ao ouvirem os cinco temas que disponibilizo , ir-se-ão talvez fazer a pergunta que sempre faço , quem sao os outros musicos , piano , baixo e metais , sinceramente nao sei . Foi um album gentilmente cedido por um amigo , o Sr Emule , já agora alguem que o saiba , seria uma informação muito bem vinda .

Anda Jaleo!
Las Morillas de Jaen
Bulerias
Soleares
Adios Granada

O Flamenco é um estilo musical e um tipo de dança fortemente influenciado pela cultura cigana, mas que tem raízes mais profundas na cultura musical mourisca. A cultura do flamenco é originária da Andaluzia em Espanha .
Originalmente, o flamenco consistia apenas de canto (cante) sem acompanhamento. Depois começou a ser acompanhado por guitarra (toque), palmas, sapateado e dança (baile). O “toque” e o “baile” podem também ser utilizados sem o “cante”, embora o canto permaneça no coração da tradição do flamenco. Mais recentemente outros instrumentos como o “cájon” (uma caixa de madeira usada como percussão) e as castanholas foram também introduzidos .

A Wikipédia conta assim a história do flamengo
Muitos dos detalhes do desenvolvimento do flamenco foram perdidos na história da Espanha e existem várias razões para essa falta de evidências históricas:

* Os tempos turbulentos dos povos envolvidos na cultura do flamenco. Os mouros, os ciganos e os judeus foram todos perseguidos e expulsos pela inquisição espanhola em diversos tempos durante a “Reconquista”
* Os ciganos possuíam principalmente uma cultura oral. As suas músicas eram passadas às novas gerações através de actuações em comunidade
* O flamenco não foi considerado uma forma arte sobre a qual valesse a pena escrever durante muito tempo. Durante a sua existência, o flamenco esteve dentro e fora de moda por diversas vezes.

Granada, o ultimo reduto dos mouros, caiu em 1492, quando os exércitos de Fernando II de Aragão e Isabel I de Castela (os reis católicos) reconquistaram esta cidade após cerca de 800 anos de domínio muçulmano. O Tratado de Granada foi criado para assegurar as bases da tolerância religiosa, conseguindo com isso que os muçulmanos se rendessem pacificamente. Durante alguns anos existiu uma tensa calma em Granada e à sua volta, no entanto, à inquisição não lhe agradava a tolerância religiosa relativamente aos judeus e aos muçulmanos e conseguiu convencer Fernando e Isabel a quebrarem o tratado e a forçar os judeus e os mouros a converterem-se a cristianismo ou deixarem a Espanha de vez. Em 1499, cerca de 50.000 mouros foram coagidos a tomar parte de um baptismo em massa. Durante a rebelião que se seguiu, as pessoas que recusaram baptizar-se ou serem deportadas para África, foram pura e simplesmente eliminadas. Como consequência desta situação, assistiu-se à fuga de mouros, ciganos e judeus para as montanhas e regiões rurais.

Foi nesta situação social e economicamente difícil que as culturas musicais de judeus, ciganos e mouros começaram a fundir-se no que se tornaria a forma básica do flamenco: O estilo de cantar dos mouros, que expressava a sua vida difícil na Andaluzia, as diferentes “compas” (estilos rítmicos), palmas ritmadas e movimentos de dança básicos. Muitas das músicas flamencas aindas reflectem o espírito desesperado, a luta, a esperança, o orgulho e as festas nocturnas durante essa época. Música mais recente de outras regiões de Espanha, influenciaram e foram influenciadas pelo estilo tradicional do flamenco.

A primeira vez que o flamenco foi mencionado na literatura, remonta a 1774 no livro “Cartas marruecas” de José Cadalso. No entanto a origem do termo “flamenco” continua a ser assunto bastante debatido. Muitos pensam que se trata de um termo espanhol que originalmente significava flamengo (“flamende”). Contudo, existem outras teorias. Uma das quais, sugere que a palavra tem origem árabe, retirada das palavras “felag mengu” (que significa algo como “camponês de passagem” ou fugitivo camponês”)

Durante a chamada época de ouro do flamenco, entre 1869 e 1910, o flamenco desenvolveu-se rapidamente nos chamados “cafés cantantes”. Os dançarinos de flamenco também se tornaram numa das maiores atracções para o público desses cafés. Ao mesmo tempo, os guitarristas que suportavam esses dançarinos, foram ganhando reputação e dessa forma, nasceu, como uma arte própria, a guitarra do flamenco. Julián Arcas foi um dos primeiros compositores a escrever música flamenca especialmente para a guitarra.
A guitarra flamenco e a muito parecida guitarra clássica é uma descendente do alaúde. Pensa-se que as primeiras guitarras terão aparecido em Espanha no século XV. A guitarra de flamenco tradicional é feita de madeira de cipreste e abeto e é mais leve e um pouco mais pequena que a guitarra clássica, com o objectivo de produzir um som mais agudo.

Em 1922, um dos maiores escritores espanhóis, Federico García Lorca e o compositor de renome Manuel de Falla organizaram a “Fiesta del cante jondo”, um festival de música folclórica dedicada ao “cante jondo”. Fizeram-no a fim de estimular o interesse no flamenco que nessa altura estava fora de moda. Dois dos mais importantes poemas de Lorca, “Poema del cante jondo” e Romancero gitano”, mostram a fascinação que este tinha pelo flamenco.

Chick Corea , Influencias Latinas


Influencias latinas na obra de Chick Corea , o tema Armandos Rhumba do album My Spanish Heart , e o tema Armandos Tango do album Changes

Armandos Rhumba
Armandos Tango

Bolero Jazz



O jazz tem tido o bom senso de não fechar a porta a temas de evidente qualidade pelo simples facto de pertencerem a outras esferas musicais . Sem perder a noção dos parametros que o definem e reservando um lugar de destaque ao jazz clássico , absorveu
todo o tipo de temas externos á sua própria filosofia .
Se bem que a musica clássica não seja própriamente uma fonte de inspiração , existem contudo exepcões , como esta versão do Bolero de Ravel , interpretado por Larry Coryell e Brian Keane .

Bolero

Queria deixar um agradecimento público ao Paulo Guerreiro que não só me alertou para a existencia deste tema como também gentilmente o cedeu . Obrigado Paulo

The Piano Player



Este conjunto de 3 temas disponibilizados pertencem a uma compilação de musicas de Bill Evans , reunidas no album " Piano Player " , sendo cada uma gravada em momentos diferentes e com musicos diferentes .
Começamos por um classico « My Funny Valentine » gravado ao vivo em 1958 e onde Bill Evans se faz acompanhar por 3 musicos execpcionais , Miles Davis no trompete , Paul chambers no baixo e Jimmy cobb na bateria .

My Funny Valentine

Deixo mais um link onde os interessado poderao saber algo mais sobre este standart , um dos mais romanticos e mais conhecidos do jazz * Link para historico do tema .

O segundo tema é o famosamente conhecido « Besame Mucho » , onde colaboram Dave Pike no vibrafone , Herbie Lewis no baixo e Walter Perkins na bateria .

Besame Mucho

No terceiro tema « Django » Bill Evans faz-se acompanhar somente pelo contrabaixista Eddie Gomez , portanto um dueto .

Django

Charlie Haden , Mágico


Este post bem como alguns dos proximos serão dedicados á divulgação da obra do contra-baixista Charlie Haden .
Seguino este link encontrará alguns dados bibliográficos sobre o musico
Biografia

As musicas em baixo pertencem ao album « Mágico » , a banda , um trio , é composta pelo Charlie Haden , Egberto Gimonti e Jan Garbareck .

Palhaço
Bailarina
Mágico
Silence

Cannonball Adderley




Julian Edwin Adderley nasceu em 15 de Setembro de 1928 , saxalto , distingiu-se pela alegria que emprestava aos temas e pelas suas qualidades de comunicador , adorava conversar com o publico , frequentemente dialogava sobre os temas que tocava , fornecia elementos e muitas vezes pormenores tecnicos , com isso ganhou o carinho do publico e imensa popularidade . Este tema Mercy , Mercy , Mercy traduz um pouco da sua atitude comunicativa

Mercy , Mercy , Mercy

Estudou musica entre 44 e 48 e tornou-se diretor da banda da Hillard High School .
Em 1955 muda-se para Nova Iorque para completar os estudos , o que não acontecerá , ao juntar-se á banda de Oscar Pettiifords no Café Behemia torna-se um imediato sucesso . Forma o seu 1º quinteto com o irmão Nat , e acaba por chamar a atenção de Miles Davis que o convida para o seu imortal sexteto com John Coltrane e Bill Evans , participa no album Kind of Blue e ira acompanha-lo durante 2 anos , a partir do inicio de 1957 . Em 1959 forma outro quinteto e durante os proximos 16 anos vai colecionando sucessos com quintetos ou sextetos por onde passaram musicos como Yusef Lateef , Charles Lloyd , Barry Harris, Victor Feldman , Joe Zawinul, George Duke , Hal Galper, Sam Jones and Louis Hayes .


Numa altura em que o jazz era dominado pelo Bebop e pelo Cool , conseguiu uma sonoridade própria , marcado por um fraseado menos complexo que o bebop , alegre e solto .

Da sua discografia sobressai o famoso item Work Song , um standart que será o seu cartão de visita.


Work Song

Mais tres temas do musico

Goodbye
One For Daddy
Friddler on the Roof

Os Estrangeiros




Fazer parte da elite dos mais conceituados musicos de jazz é um longo e dificil caminho . Dada a quantidade e qualidade existentes , chegar ao topo é uma ardua tarefa que exige qualidade , dedicação e como em tudo um pouco de sorte . As dificuldades aumentam quando se trata de não norte americanos , o que não tem contudo impedido que musicos de outros paises o alcancem .
Deste lote de "estrangeiros" poderiamos citar Gato Barbieri , Enrico Rava , Enrico Pierannunzi , Joel Xavier , Fela Kuti , Gonzalo Rubalcaba , Airto moreira , Birelli Lagrene , Jean Luc ponty , Anouar Brahem , Nana Vasconcelos, Jan Garbareck ,Aldo Romano , Miroslav Vitous , Sadao Watanabe , Yussef Lateef , mas existem muitos outros , e mesmo entre as divas do jazz nao faltam estrangeiras conceituadas como Flora Purim , Tania Maria , Astrud Gilberto , Maria Joao , Keiko Matsui ou Aziza Mustafa Zahed .
Um destes musicos , o saxofonista e clarinete cubano Paquito D´Rivera , nascido em Havana a 4 Junho de 1948 , faz por direito próprio parte dessa elite de topo , e são deles os temas que poderão ouvir seguindo os links em baixo .

Os 3 primeiros temas disponibilizados pertencem á obra "Este Camino Largo" ,de 1978 e a banda de apoio é também exclusivamente formada por musicos nao americanos , sobretudo de origem cubana . Temas de jazz formalmente classico alternam com as inluencias latinas , numa sonoridade acessivel mas de qualidade inquestionavel .


O 1ª tema que dá o nome á obra é "Este Camino Largo"
O 2º é um classico da musica cubana , uma homenagem a Che Guevara ,
o tema "Hasta Siempre"
O 3º tema é "La Cancion de las Ninãs"

Dois anos antes em 1976 , Paquito tinha gravado "The Lost Sessions" ,
embora recorrendo também a musicos cubanos e não abdicando das influencias latinas , esta obra está mais proxima do jazz classico .


Desse album 3 temas , o 1º "I Want to Talk About you"
O 2º tema chama-se "Mi Pequena Anna"
E o 3º é um standart , o famosoa "Stella by Starlight"

Jazz Rock , Os Parentes Pobres I



O Jazz-Rock , nome vulgarmente dado á fusão do jazz com o rock foi construido por dois grupos de musicos em lados diferentes da barreira , musicos de jazz que procuravam novas sonoridades recorrendo á eletrónica e á melodia do rock progressivo , do outro musicos de rock que procuravam novas sonoridades buscando incorporar o jogo ritmico do jazz nas melodias .
Destes grupos poderiamos destacar por exemplo os Soft Machine , Passport , Triumvirat , King Crimpson , Brand X ou Spyro Gira , grupos nunca obtiveram o justo reconhecimento da sua importancia . Os musicos de jazz alternavam frequentemente a composição das bandas ajustando-as ás necessidades , trocando experiencias , alterando e misturando sonoridades , o rock mantinham-se geralmente fiel á banda e ao estilo e não dispunham de um publico predisposto a ouvi-los , vergado muitas vezes ao peso dos nomes . Para a historia ficarão talvez os pesos pesados , o esquecimento engulirá os outros , seria uma grande perda para o Jazz-rock , como será uma grande perda se deixarem de aprarecer grupos dessa escola .

O destaque deste post vai para uma banda alemã , os Passport , liderados pelo saxofonista Klaus Doldinger . Esta excelente banda de jazz-rock , mais que uma banda é um projecto por onde passaram variadissimos musicos ao longo dos anos , o 1º trabalho "Passport" foi editado em 1970 , seguiram-se mais 22 albuns , todos de altissima qualidade , sendo o ultimo "Man in the Mirroir" de 2001 , são uns ilustres desconhecidos entre nós , algo que vamos tentar mudar aqui .

Ataraxia part I
Ataraxia Part II
Iguaçu
Aquamarinha
Missing You

1.12.06

Jazz - Rock , Os Parentes Pobres II





Continuando na pista dos parentes pobre do Jazz-rock , falamos hoje dum grupo vindo também da escola do Rock , os Brand X , e fundado por dois nomes bastante famosos , o Ex baterista dos Genesis Phil Collins e o guitarrista dos Atomic Rooster John Hodsall .
Este excelente grupo lançou o seu 1º album em 1976 , Unorthodox Behaviour , manteve-se activo durante 21 anos durante os quais gravou 11 trabalhos , sendo o ultimo Live At Roxy LA em 1997 .


Contrariamente aos Passport , os Brand X tem , se nao a totalidade das suas obras , pelo menos uma grande parte editadas no nosso pais . O cartão de visita assinado por Phil Collins deu sempre á banda uma vantagem preciosa .

Para os que não conhecem os Brand X , deixo tres musicas demonstrativas da classe deata banda

Nuclear Burn
Malaga Virgen
Born Ugly

Breve Historia do Jazz

A musica que nas ultimas decadas nos tem chegado dos States vai buscar as suas origens directa ou indirectamente ao blues . Nos finais do sex XIX , principio sec XX os blues evoluiram em duas diferentes direcoes dando origem ao jazz e á musica Pop .

O primeiro passo em direcção ao jazz passou pelo Ragtime , nome genericamente atribuido a musica de entetenimento tocada geralmente a solo por pianistas em hoteis , bares , clubes . Entre os anos de 1900 a 1930 , a one-man band foi engrossando e tornou-se famosa em New Orleans sob o nome de Dixieland , viajou até Chicago e nao tardaram a aparecer as famosas BigBands de swing como Glenn Miller ou Count Basie , perto dos anos 30 .
O Swing era essencialmente uma musica para dançar . Os temas eram cuidadosamente estruturados , ensaiados até á perfeição , não havia lugar para individualismos ou inovações .
A chegada da depressão tornou economicamente inviaveis as BigBands . Ex-membros destas bandas juntaram-se em pequenos grupos e mudaram-se de armas e bagagens dos hoteis e clubes luxuosos para os pequenos bares do Harlem e para o coração negro da América .
Estes musicos que há muito anseavam por uma nova sonoridade que preveligiasse a improvisação e a técnica individual , a liberdade de expressão negada pelo swing , foram liderados por Charlie Parker e Dizzy Gillespie naquela que seria uma das maiores revoluções do jazz , o BeBop .
A improvisação é a alma do bebop , a liberdade de expressao dos musicos é a tónica , dum momento para o outro o jazz , uma musica para dançar transforma-se numa musica para ouvir .
Com o passar do tempo começaram a surgir dentro do movimento musicos
que pretendiam um estilo mais intimista , que preveligiasse a melodia e a beleza da simplicidade ao furor desenfredo do Bebop . Miles Davis , Stan Getz , Charlie Parker e outros divorciaram-se do bebop e criaram um novo estilo , o Cool .
Os anos 50 e 60 assistiram a um progressivo endurecer do discurso do Bebop que originaria o Hard-Bop e mais tarde o Free jazz (decada de 60).
A era eletronica das decadas 60 e 70 ajudaram a criação do jazz-rock ou fusion , dos dois lados da barreira os musicos procuravam juntar o que melhor havia nas duas musicas , aparece entao o jazz-rock que ganha o seu proprio espaço e cria os seus proprios estilos , smooth jazz , funkie jazz , flamenco jazz , jazz blues fusion .

Os blues evoluiram simultaneamente noutra direção originando o folk-Blues , o Rythm and Blues , o Rock´Roll , o Soul e a musica pop em geral .

John Coltrane




Até hoje nao tinha ainda referido por opção John Coltrane , um dos grandes saxofonistas e um dos maiores génios do jazz . Para alguem como eu sem formação musical , a complexidade de Coltrane pode ser no minimo desconcertante , contrasta com a simplicidade dos temas base e pode facilmente chegar a roçar aquilo que os analfabetos musicais (como eu) serão tentados a qualificar de anarquia musical .
Contrastando com esta complexidade invariavel na improvisação dos temas , os temas em si , são simples , belos e arrebatadores como o exemplo do "My Favorite Things" ou outros como Naima , Afro Blue , Moment´s notice ou Giant Steps . A solução para contornar o problema pode simplesmente passar por ouvir os seus temas interpretados por outros ,como no primeiro tema Afro Blue interpretado por McCoy Tyner e Mongo Santamaria

Afro Blue

Os outros 3 temas sao interpretados pelo próprio e nao recorrem a improvisaçoes na linha do Hard Bop , durante o seu curto periodo de vida Coltrane oscilou entre as baladas intimistas e a procura de novas sonoridades , foi um marco importante na revolução musical que se seguiria , o Free Jazz . Nasceu a 23 de Stembro de 1926 e faleceu em 17 de Julho de 1967 .

Blue Train
Naima
Giant Steps



Charlie Haden , Nocturne




Continuando com Charlie Haden , o album Nocturne , o album completo apresenta-se num unico file , quando clicado o link tocará todo o album . Espero que não se deixem influenciar negativamento pelo facto ( foi sacado no formato Album Wrap e nunca tive tempo de o dividir em faixas ) , é uma obra fora de serie e merece ser ouvido com toda a disponibilidade , dou-vos a minha palavra que não se vão arrepender .

Charlie Haden , Nocturne

NOTA
Como muitos de vos com alguns conhecimentos de HTML repararam , as musicas disponibilizadas neste blog , são acessiveis a quem as quiser usar nos seus blogs .
Quando abre a janela onde vai reproduzir a musica , copiando o endereço que aparece na barra de endereços , podem depois chama-la de qualquer local na NET , incluindo o vosso blog .
A maneira mais facil é ao criar o post , ir ao icon "criar link" e colar esse endereço . Neste caso acontecerá como no meu blog , abrir-se-á uma nova janela onde a musica será reproduzida .
Uma forma mais bonita mas mais pesada seria chamar um leitor , como em baixo , e rodar a musica dentro do blog . Implicaria que a musica seria automaticamente carregada como Blog , de momento tudo bem , mas quando tivessem 30 ou 50 musicas a serem carregadas com o blog , o mais provavel é que nem sequer o conseguissemos abrir .


Ve-se mal , se clicarem na imagem abrirá uma janela com o tamanho original . Se se estão a perguntar porque nao o escrevi simplesmente , é simples , não posso , iria ser interpretado como um link e só veriam o nome do link .
Agora é só cola-lo no vosso post e substituir o "endereço copiado" , que será qualquer coisa como http://www............

Diz


É sempre com um prazer diferente que publico neste blog musica nacional . As oportunidades escasseiam , não somos própriamente um pais de jazz e as apostas em obras não comerciais esbarram quase sempre na perspectiva de lucro das editoras . Se bem que hajam excepçoes (como a CleanFeed e outras ) , a maior parte das editoras divorcia-se do investimento na qualidade , preferindo o lucro facil , obrigando muitas vezes os musicos nacionais que preveligiam a qualidade , a recorrerem a editoras estrangeiras ou a pagarem do seu próprio bolso a edição .

Os quatro temas disponibilizados fazem parte da obra Diz ,de 2001 , assinado por Carlos Bica e Ana Brandão , com a participação de Katharina Gramss no violino , Mike Rutledge na viola , João Paulo no piano , Carlos Bica no contrabaixo e a vocalização de Ana Brandão , espero que gostem

Há Luz Demais
Eu Não Entendo
Carlos
Á Sombra do Sol